Há cerca
de 15 dias, traduzia neste mesmo espaço as reservas com que a generalidade dos
adeptos Bracarenses encaravam, por entre a sempre incontornável ambição, a
partida da final da Taça da Liga, sobretudo depois do sentimento amargo deixado
pela descolorida exibição da equipa no Dragão na Segunda-feira anterior.
Mas, bem
o sabemos, os jogos não se repetem, por menor que seja o espaço de tempo que
medeia entre os mesmos, e a situação inverteu-se por completo no jogo decisivo.
Agora,
foi o Braga que surgiu personalizado e o Porto que apareceu relativamente
amorfo, sendo ainda penalizado pela muito dúbia opção do seu treinador de
colocar em campo Abdoulaye em detrimento do habitual titular Otamendi.
Antes do
intervalo, já o defesa central da Equipa B dos portistas antecipara o seu
regresso aos balneários e concedera a grande-penalidade de que acabaria por
resultar o golo que ditou a vitória dos Bracarenses.
No final,
os momentos de sofrimento dos vencedores só se ficaram a dever à excelente prestação
do guardião adversário e à catadupa de lances desaproveitados pelos seus avançados,
em múltiplos lances de contra-ataque em superioridade numérica.
Ao apito
final do árbitro, seguiu-se a belíssima festa no relvado e nas ruas da nossa
cidade, bem ilustrativas do entusiasmo com que esta conquista histórica foi
encarada pelos adeptos locais.
Aqui,
tendo a discordar da ideia de colocar em idêntico plano a conquista da Taça
Intertoto, de que o S. C. Braga foi mesmo o último vencedor. Afinal, o formato
da competição e o protagonismo que a mesma merecia – mesmo sendo de âmbito
europeu – não se equipara ao valor de uma conquista como a que o clube agora
juntou à de 1966.
Seja como
for, o Presidente António Salvador fez questão de juntar mais uma prova inequívoca
ao mérito com que a própria Autarquia e a cidade o reconheceu no final do ano
transacto, conquistando finalmente a competição nacional que o seu currículo
como dirigente mais que justificava.
Noutros
patamares, são muitos aqueles que merecem também o nosso reconhecimento pelo
triunfo que consolida o crescimento do clube ao nível do futebol profissional.
Dentro de
campo, jogadores como Mossoró, Alan, Hugo Viana e Quim, cuja continuidade
continua ainda incerta, puderam juntar uma nota distintiva no plano desportivo
ao carinho que sempre mereceram dos adeptos locais.
Quanto ao
treinador José Peseiro, extremamente acossado pela carreira titubeante da
equipa nas demais competições, acabou por conquistar o seu primeiro grande
título e por receber um prémio para o carácter que, como indivíduo, sempre
demonstrou.
Finalmente,
se muitas vezes discordei da forma de relacionamento imposta pela Autarquia com
o clube, este não deixa de ser o troféu que faltava no currículo de Mesquita
Machado.
E, como em tantas outras áreas acontece, deixou ao seu sucessor a ambição de conquista de algo bem maior: neste caso, o título de Campeão Nacional.
E, como em tantas outras áreas acontece, deixou ao seu sucessor a ambição de conquista de algo bem maior: neste caso, o título de Campeão Nacional.