sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ver o País real


Em qualquer circunstância, gerir os recursos públicos não é tarefa fácil.
Há que escolher entre diferentes alternativas de aplicação de verbas. Há que definir correctamente as fontes de financiamento e a amplitude dos encargos que vamos subtrair aos cidadãos e instituições. Há que ponderar de forma equilibrada o impacto que as nossas opções vão ter sobre as gerações vindouras, seja ao nível dos benefícios de irão usufruir, seja no plano dos encargos que terão que suportar.
E há, finalmente, que atender às circunstâncias próprias de cada momento e que perceber o que é mais prioritário em matéria de intervenção e investimento estatal.
Neste momento em que o País atravessa uma grave crise económica e social, não cabe ao Estado avançar com a dotação de mega infra-estruturas de benefício difuso ou duvidoso, nem muito menos com projectos megalómanos que possam pôr em causa a sua sustentabilidade financeira futura.
È importante reforçar os apoios sociais às populações mais carenciadas. É importante aumentar os meios de coesão territorial. É crucial dinamizar a base económica através de investimentos de proximidade e do estímulo às Pequenas Médias Empresas. É fundamental perceber que investimentos têm ou não um carácter reprodutivo sobre o conjunto da Economia.
Feito tal diagnóstico de forma rigorosa e isenta, perceber-se-á que há investimentos que não podem avançar de todo e outros que devem ser adiados para momento mais oportuno, no respeito pelos princípios antes enunciados.
Actuar em conformidade é ver o Pais real a olho nu e não através dos powerpoints e das montagens multimédia cor-de-rosa do nosso desencanto e da sua irresponsabilidade.

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