Enquanto os adeptos do desporto se preparam para as emoções
de duas das mais relevantes competições internacionais – o Campeonato Europeu
de Futebol e os Jogos Olímpicos -, as provas nacionais das diferentes
modalidades caminham progressivamente para o final.
No plano futebolístico, a uma jornada do final do campeonato,
está praticamente tudo decidido: o título nacional novamente entregue ao
Futebol Clube do Porto; o Benfica com acesso directo à fase de Grupos da Liga
dos Campeões; o Sporting e Marítimo com lugares garantidos na Liga Europa; o
Guimarães e a Académica a disputarem a última vaga nesta competição, ainda que
em função do resultado da Final da Taça e não do campeonato em si.
Quanto ao Sporting Clube de Braga, conseguiu recuperar do
bloqueio mental das últimas jornadas e assegurar o seu justo lugar na disputa
do acesso à Liga Milionária da próxima época – o qual se poderá mesmo iniciar
no playoff decisivo, segundo informações ontem veiculadas, e em caso de vitória
do Chelsea na final da Liga dos Campeões do próximo dia 16.
Finalmente, permanece em aberto a definição do último lugar
de descida, com o foco das atenções a centrar-se no Minho no próximo
fim-de-semana. Afinal, será em Barcelos que o Feirense tentará superar o
resultado que a Académica poderá obter em Guimarães, tentando uma ultrapassagem
final sobre a linha da meta.
Seja como for, de acordo com a proposta já aprovada na Liga
de Clubes e que carece ainda da validação da Federação, os dois clubes já
despromovidos terão que disputar uma liguilha a duas mãos com os terceiro e
quarto classificados da II Liga (que sairão do grupo Moreirense, Desp. Aves e
Naval), de forma a apurar quem assegurará bilhete na Primeira Liga da próxima
temporada.
Com lugar já garantido nesta liguilha encontra-se a União de
Leiria, o clube que conseguiu centrar sobre si o foco das atenções, nacionais e
internacionais, neste término da competição, depois de se apresentar a jogo com
apenas 8 atletas numa partida oficial de um campeonato profissional.
Há não muito tempo, a crise financeira que assolou diversos
clubes da então Liga de Honra, levou a que em vários jogos surgissem atletas a
jogar fora das suas posições tradicionais, com destaque para formações que
continham mesmo um ou dois guarda-redes como jogadores de campo.
A situação nunca chegou, porém, a este estado calamitoso,
que pôs decisivamente em causa a verdade desportiva da prova e que ameaçou
torná-la uma autêntica fraude, caso se tivesse consumado a desistência do
Leiria a duas jornadas do fim.
Num artigo
de Junho de 2009 neste mesmo espaço escrevi: “fica a natural apreensão pelo cenário de que tudo poderá permanecer na
mesma e que, por mais que existam pomposos compromissos e deliberações, os
mecanismos jurídico-administrativos que tutelam o funcionamento das competições
não garantam esta condições essencial: só pode participar nestes campeonatos
quem possuir sustentabilidade financeira para fazer face a todas as suas
obrigações.
Ora, mesmo admitindo que certos
factores de cariz extraordinário pudessem pôr pontualmente em causa tais
alicerces das finanças dos Clubes/SADs concorrentes, nada foi feito para
assegurar que os atletas e técnicos envolvidos terão um fundo de garantia que
lhes permita receber sempre os seus honorários a tempo e horas.”
Como parece
claro, tudo permanece totalmente actual. Até quando?
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