quarta-feira, 25 de abril de 2012

Moura Machado


Hoje assinala-se um momento especial para o desporto Bracarense, na medida em que na reunião do Executivo Municipal de Braga se delibera formalmente juntar à vasta lista de topónimos municipais o nome de um dos seus mais insignes dirigentes.
Em bom rigor, é natural constatar que todos vivemos, trabalhamos e passamos por Ruas e Avenidas, de maior ou menor importância, em que desconhecemos os reais contributos dos seus titulares para as respectivas Comunidades.
Daí que, neste âmbito, seja especialmente relevante o momento da atribuição do topónimo, porquanto o mesmo traduz o especial reconhecimento dos contemporâneos da personalidade em questão.
No caso de Fernando Moura Machado, tal reconhecimento é absolutamente justo, em linha com a rectidão e dedicação à causa pública que demonstrou de forma continuada e unanimemente reconhecida nos mais diversos domínios de actividade (no desporto, na política, no associativismo, nas causas sociais ou culturais).
Foi o primeiro membro da família a exercer funções de Vereador na Câmara Municipal de Braga (também pelo PSD, na década de 80), atribuindo-se-lhe um especial papel na aquisição do Teatro Circo pelo Município (de que foi Presidente do Conselho Fiscal até pouco tempo antes da sua morte em 2010).
De entre todas as suas áreas de intervenção, porém, o desporto foi seguramente a “menina dos seus olhos, como jogador de futebol no Atlético Clube de Braga, Futebol Clube de Braga e Sporting Clube de Braga, como Presidente da Assembleia Geral da Associação de Desportos do Minho, ou como Secretário-Geral da Associação de Futebol de Braga, cargo que exerceu durante cerca de 20 anos, assumindo depois a presidência da mesa da Assembleia Geral da instituição.
Depois, houve claro o “seu” Sporting Clube de Braga, clube que viveu apaixonadamente durante os seus mais de 55 anos de filiação, sendo presença incontornável de todos os jogos no “Velhinho” Primeiro de Maio e no Campo da Ponte.
Numa daquelas partidas do destino, não pôde desfrutar do período mais exuberante do Clube no plano desportivo, que se vem assinalando precisamente de há três épocas a esta parte.
Aí, exerceu funções de Secretário-Geral, Presidente da Assembleia Geral e Presidente do Conselho Fiscal, sendo também Sócio Honorário do Clube.
Ao longo da sua longa e profícua vida de dirigente desportivo reconhecido nacionalmente, recebeu a Medalha de Bons Serviços Desportivos da Secretaria de Estado do Desporto e a Medalha de Ouro da Federação Portuguesa de Futebol, entre muitas outras comendas, louvores e condecorações.
Em 1992, foi também agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade, concedida pela mesma Câmara Municipal de Braga que hoje irá perpetuar o seu nome num topónimo local.
E, como antes referi, com inteira justiça, porque, tal como na citação que me atribuiu numa remota entrevista que concedeu em 1985, é mesmo caso para dizer: “Oh Avô, tu és mesmo bom!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tempo de seguir em frente


A quatro jornadas do fim da prova, com menos cinco pontos (que são na prática seis) do que o líder e ainda a um ponto (que são dois em caso de igualdade) do segundo classificado, o Sporting Clube de Braga parece ter visto novamente adiado o sonho da conquista do campeonato.
Para os adeptos do clube, este é um momento particularmente amargo, tanto mais que não foi sequer possível desfrutar uma liderança conquistada a pulso, depois de uma série extraordinária de vitórias consecutivas e de exibições que conquistaram o apreço de qualquer comentador independente.
O futebol é, porém, um contínuo carrossel, reiterando sistematicamente a consagrada ideia de que as “bestas” de hoje são os “bestiais” de amanhã e vice-versa.
Para quem acompanha os comentários que se seguiram à dupla derrota com os outros candidatos ao título, o “Bragão” que enchia os relvados com desempenhos de alto gabarito, capazes de vergar qualquer adversário, voltou a ser o “Braguinha”, a equipa ainda incapaz de competir com os “Grandes” e de ter estofo para estas pelejas.
Mesmo a título individual, o artilheiro Lima foi incapaz de ampliar distâncias para o inócuo Cardozo que se exibiu nestas duas últimas jornadas; tal como em Dublin, Mossoró voltou a falhar o golo decisivo na ocasião que parecia impossível desperdiçar; até o genial Hugo Viana – por muitos considerado o melhor médio do campeonato – se “vulgarizou” e assumiu o papel de “coveiro” da equipa na partida caseira contra o Porto, como que oferecendo o golo ao adversário.
Em sentido contrário, Quim redimiu-se do “acidente de Barcelos”, juntando a várias outras boas defesas um dos momentos mais belos da época, quando negou a Hulk um golo tão extraordinário quanto a defesa que efectuou.
Voltando ao plano colectivo, o Braga destes dois últimos jogos não foi de facto uma equipa verdadeiramente afirmativa e em linha com o que as circunstâncias exigiam e a singularidade do momento justificava.
A questão não se põe tanto no plano exibicional, dado que em qualquer das partidas a equipa até dispôs de boas oportunidades para marcar e nunca foi “encostada às cordas” pelos adversários, mas sobretudo ao nível da atitude e da postura com que os jogos foram encarados.
Afinal, não transpareceu o querer e o recurso à reserva última de energias para ultrapassar as adversidades, como em certo sentido o Benfica demonstrou na partida do Estádio da Luz e que lhe valeu uma (então) preciosa vitória. Na segunda partida, ao Porto bastou ser mais matreiro e experiente para “matar” o jogo sem ter que fazer uma exibição extraordinária.
Na antevisão do jogo da Luz, Leonardo Jardim disse que “normalmente, quem joga para empatar, acaba por perder”. O jogo deu-lhe razão?
Mais uma vez, como em tantas ocasiões anteriores, o Braga viu ser-lhe escamoteada uma grande penalidade, com o resultado em 0-0 a cerca de vinte minutos do fim o jogo. Segundo o critério de alguns, e a ser concretizada, seria porventura bem mais decisiva que qualquer outra não assinalada no primeiro minuto de um jogo.
Seja como for, não é tempo de chorar sobre o título derramado. Mesmo considerando que a matemática e o calendário ainda permitem todo o tipo de conjecturas, o que deve sobressair é o contínuo crescimento do Clube e o respeito que hoje já granjeia a nível nacional e internacional.
O futuro é inexorável e o Braga ficou duas semanas mais perto da conquista do seu primeiro campeonato, 
Que não vai tardar.