Pela terceira vez em ligação ao Prémio “A Bola
de Ouro” da revista francesa “France Football”, a FIFA elegeu os melhores do
mundo na modalidade de futebol, destacando jogadores, treinadores e marcadores
de golos, numa iniciativa que envolve uma ampla cobertura mediática global.
O Prémio “Bola de Ouro FIFA” resulta da fusão de
dois galardões: a “Bola de Ouro” – que remonta a 1956 – e o Prémio do Jogador
do Ano FIFA – iniciado em 1991 e que chegou a ser conquistado pelos Portugueses
Luís Figo (em 2001) e Cristiano Ronaldo (em 2008).
Cumpridas as formalidades electivas que abarcam,
em diferentes fases, técnicos da FIFA e especialistas do France Football e capitães
e seleccionadores dos diferentes países, os diversos prémios são anunciados e
entregues numa Gala de cariz hollywoodesco, que tem lugar em Zurique, no início
de cada ano.
Nesta ocasião, e por entre outros prémios, é ainda
atribuído o Prémio de Treinador do Ano, cuja criação remonta também ao ano de
2010 e que consagrara José Mourinho e Pep Guardiola nas suas duas primeiras
edições.
Uma vez apurados os resultados, Messi conquistou
o seu quarto troféu consecutivo (incluindo a edição de 2009 dos prémios
originais) o que lhe permitiu superar o registo histórico de atletas como
Michel Platini, Johan Cruijff e Marco Van Basten – que conquistaram três Bolas
de Ouro cada –, e Zidane e Ronaldo - que haviam conquistado três edições do
Prémio do Jogador do Ano da FIFA.
Se, por mais patriotas que queiramos ser, parece
hoje inquestionável que Messi é mesmo o melhor jogador do mundo da actualidade
(quiçá de todos os tempos), a atribuição do Prémio de 2012 ao argentino já
suscita grandes dúvidas na medida em que a avaliação se devia centrar no ano de
2012.
E, neste caso, embora Messi tenha conseguido
bater o histórico recorde de golos num ano civil que se mantinha na posse de
Gerd Müller desde 1972, a verdade é que Cristiano Ronaldo guindou (com um
número considerável de golos e exibições determinantes) o Real Madrid ao título
na Liga Espanhola numa disputa travada contra o Barcelona de… Lionel Messi.
De forma similar, é muito discutível a eleição
de Del Bosque para treinador do ano face ao Melhor Treinador do Mundo, José
Mourinho, no ano em que este conquista o título nacional no quarto País diferente,
de entre as mais competitivas Ligas mundiais.
Na verdade, porém, há três aspectos que cumpre
destacar em relação a este tipo de iniciativas.
O primeiro, é que o cariz comercial que envolve
o negócio do futebol e em que a própria FIFA está profundamente mergulhada,
retira alguma da genuinidade a estes galardões, sendo sempre possível presumir
outros interesses estratégicos nas eleições efectuadas.
O segundo, é que quando constatamos que há alguns
dos votantes que excluem Messi, Ronaldo ou ambos dos três melhores do mundo, a
credibilidade da votação fica seriamente abalada.
Finalmente, e porque nos faz sempre falta uma
vitória moral, em quantas áreas é que podemos dizer que somos os segundos
melhores do mundo?
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